terça-feira, 22 de julho de 2008



De acordo com os princípios do 'duplo pensamento', não importa se a guerra não é real, ou quando for, que a vitória não seja possível. A guerra não é pra ser vencida, é pra ser contínua. O ato essencial da guerra moderna é a destruição do produto do trabalho humano. Uma sociedade hierárquica só é possivel com base na pobreza e ignorância, por princípio o esforço bélico foi sempre planejado para manter a sociedade à beira da inanição. A guerra é travada pelos que governam contra o seu próprio povo e o seu objetivo não é a vitória sobre o oponente, mas manter intacta a própria estrutura da sociedade.

Como um homem exerce poder sobre o outro? Fazendo-o sofrer. Exatamente. A obediência não é suficiente, poder é gerar dor e humilhação, de outra forma, não se tem a certeza. Poder é desfazer a mente humana em pedaços e juntá-los de novo em novas formas, de acordo com a vontade de quem o exerce.
O poder não é um meio, é um fim.

Abram seus olhos, acordem.

Texto baseado na obra "1984", escrita em 1948, prevendo um futuro não tão distante de nós.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Lembra do preconceito? Como poderia esquecer!


O ser não nasce preconceituoso, ele adquire a idéia durante seu desenvolvimento, idéia essa passada por alguém. Quem?


A mídia bombardeia:

"Diga não ao preconceito" (preconceito? nem lembrava disso)
"Não discrimine as outras raças" (raça? é cachorro, é?)
"Dia do combate ao preconceito" (Vamos sair pra matar esses preconceituosos FDP!)
"Cotas para negros" (Essa, me desculpem, foi a coisa mais preconceituosa que já vi)


Sou só eu que noto isso, ou mais alguém está vendo que tem gente prevendo ganhos em cima da construção de uma ideia de preconceito?

Quantas pessoas que você conhece tem repulsa por alguém por ser branco, negro, amarelo, oriental, deficiente, etc? Uma, duas no máximo, entre as milhares que você convive.

"DIVIDIR PARA CONQUISTAR" , esse é o lema capitalista.
Nada mais facil que jogar um povo contra si mesmo e quando esse estiver enfraquecido, dominar e conquistar.
E como fazer isso? Você está louco, cara, ninguém consegue controlar a opinião pública!


Se a tv não está ali pra te lembrar desse assunto, essa palavra provavelmente teria desaparecido. Mas é muita publicidade em cima disso.

A mídia toda hora nos traz a noção de caos, de que tudo está no caminho errado, de que somos pessoas crueis e que devemos parar de ter preconceito, pois "o preconceito é um problema muito grave, um problema seríssimo, um grande problema presente no seu dia-a-dia e você tem que parar de ser preconceituoso, porque você É preconceituoso, e se não é, é bom começar a ser, você precisa acreditar nisso! Acredite! Então como somos preconceituosos, devemos fazer passeatas dizendo não ao preconceito, para poder nos conscientizar de que devemos ser preconceituosos, mas sem preconceitos, pois preconceito é ruim, muito ruim."
Vamos sair pelas ruas, todos nós, em mutidões, com faixas e gritos, para mostrar a aquela meia duzia de ignorantes realmente preconceituosos, que eles estão errados e, mais que isso, nos lembrar também que o preconceito existe e é um problema gravissimo. E se não é mais, que volte a ser!
Afinal, um povo unido é bem dificil de manipular.

LEMBREM-SE: O PRECONCEITO ESTÁ AI E EU TE ODEIO!

Como assim não tá? Eu vi na televisão. Juro que vi!
Quando aparece um negro na novela, o enredo em torno dele é puramente sobre preconceito. Quando aparece alguem deficiente, a única idéia explorada é o preconceito. Não existem personagens 'fora do padrão' que não estejam em um enredo tomado por batalhas entre a pobre vítima e o agressor. Uma pessoa com sindrome de down na novela não pode ser um sushi-man, ou um empresário, ou um garçom, o personagem dele será sempre o 'portador de sindrome de down', nada mais que isso.
Mostrando rotineiramente essa 'realidade' artificial, a ficção começa a tornar-se cultura, deixando a impressão de que aquilo é real e nós que somos a ilusão. Assim como as roupinhas de puta, os jargões, o modo de se portar, entre outras inúmeras coisas viraram moda por conta da exploração excessiva da mídia, a idéia de que há uma batalha entre raças está tentando ganhar força.


O preconceito existe, isso é fato, alguns animais ainda acham que são superiores aos outros, mas o que devemos fazer é esquecer esse conceito, essa separação que tentam criar, ao invés de coloca-lo no nosso dia-a-dia.

Somos todos um só, a raça é humana, não afro, não ariana, não outra. Humana.


'Um organismo em guerra consigo mesmo, é um organismo comprometido'

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Viver é perder cascas continuamente.


Um mê antes de mudar de estado, de profissão, de vida, meu trânsito astrológico:


"[...]Há aqui uma pequena contradição: sua alma está começando a sentir que precisa expandir-se para novos horizontes, conhecer novas pessoas, fazer novos contatos, aprender coisas novas, ir para lugares não antes navegados. Todavia, a Lua na quarta casa lhe faz passar por alguns dias de introspecção necessária."

Então decido tirar uma carta no tarot e, entre sabe-se lá quantas cartas, o ceifador.



Tarot: O Ceifador.

"Existem momentos da vida em que somos desafiados a perder cascas, a compreender a importância de caminhar, deixando paisagens para trás. Ainda que isso doa, uma vez que nosso ego se estrutura a partir de apegos e identificações, é a compreensão meditativa de que tudo passa que lhe permitirá seguir caminhando e, enfim, abrir-se ao novo que belamente se introduz em sua vida, pouco a pouco, passo a passo, até que você apareça com a alma totalmente renovada."


Viver é perder cascas continuamente.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

a arte da vida e suas infinitas possibilidades.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

lutando contra a morte.

Ontem (06/01/08), participei de uma das experiências mais fortes de minha vida.


Tava vendo TV, deitado no sofá quando ouço os filhotes da minha cadela chorando. Escutar eles chorando já era costume, mas esse choro era de desespero. Saí correndo em direção ao barulho e cheguei à piscina, onde estavam alguns filhotes em volta dela e dois dentro da água tentando subir no deck, todos chorando, principalmente os que estavam quase afogados. Corri pra tirá-los de lá, já estavam se engasgando, conferi se estava tudo bem, eles estavam assustados, mas tudo certo. Deixei perto da mãe e saí na busca por mais algum(ns), foi quando vi um todo pretinho boiando no meio da piscina, a um metro de profundidade mais ou menos, imóvel. Num ato de desespero, tirei ele da piscina e o pequeno estava com a borca aberta, olhos fechados, lingua roxa pra fora, com a barriga cheia de água, não mexia um músculo sequer. Por alguns segundos fiquei sem reação. Eu poderia ter dado o bixo por morto, ou poderia arriscar tentar salvá-lo e me frustrar por não atingir tal objetivo. Então comecei o boca-a-boca.
Ver em TV é uma coisa, você ali no sofá, tomando coca-cola e vendo na Ana Maria Braga como se faz um boca-a-boca, outra coisa é ali, na hora, a caravana da morte partindo e... "É UM CACHORRO! Como vou assoprar nesse focinho?". Nada como a prática para aprender; dei o primeiro soprão e o cachorro se estufou, mas não o suficiente para pôr água pra fora, parti pra massagem cardiaca, onde meus dois dedos pegavam quase todo torax do bixo. Novamente massagem, sopro no nariz, agora com mais força! Mais massagem.
O bixo gemeu, tentando acompanhar o choro dos outros seis que estavam em volta assustadíssimos. Se gemeu é porque está vivo, então agora vai!
Quinze minutos nessa atividade agoniante entre a vida e a morte, meus olhos cheio de lágrimas, e o cachorrinho finalmente começou a conseguir respirar sozinho, devagar, gofando, respirando, com os pulmões cheio de água, dava para ouvir o borbulhar dentro daquele corpo minúsculo.
Na hora fiquei sem saber o que tinha acontecido, eu o tirei morto da água, de repente ele tava ali, quase de volta. Na verdade, por um breve segundo, achei que não ia dar certo, nunca tinha feito algo assim, nem sabia que era possivel, mas paguei pra ver e pela segunda vez, dei um olé na morte.*
Sequei ele com uma toalha, deixei ele coberto, estava tremendo muito de frio, até que foi se acalmando e conseguindo respirar normalmente.
Pra finalizar, nada como uma festa regada a muito leite pros pequeninos.



*A primeira eu não fiz esforço, mas meus quinze anjos trabalharam duro pra me tirar da situação ileso.